Pobre Fátima Letícia... o nome é de Princesa, mas a vida...

Pensei bastante se me "atrevia" a falar aqui deste assunto... e achei que era melhor não o fazer...
Mas ontem ao ler esta notícia, e depois de trocar opiniões com alguns colegas e amigos, não resisto a um comentário, obviamente pessoal e como tal, discutível (e, ainda muito "a quente", porque falta saber muita coisa...).

"A deputada Teresa Caeiro, do CDS-PP, exige que o Governo se pronuncie com urgência sobre a actuação da Comissão de Acompanhamento de Crianças e Jovens em Risco de Viseu no caso da bebé Fátima Letícia."

A Senhora deputada já foi Secretária de Estado da Segurança Social... e o mínimo que posso dizer é, que é curioso este aproveitamento político feito à volta de algo tão trágico!
E mais, INFELIZMENTE, no seu tempo de governação também ocorreram casos desta natureza, e pouco ou nada mudou...
Não me parece que a solução esteja em "pedir a cabeça" dos que governam, ainda que obviamente se deva apurar responsabilidades, que quanto a mim está nos "Pais" (se é que lhe podemos chamar assim...?!)

Estranho ainda este tipo de discurso, agora, em que um Presidente da CNPCJR (Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco), apareçe com uma postura e coragem notáveis ao falar e dar a cara pelos técnicos que seguramente, dão o seu melhor todos os dias face a situações tão delicadas!
E que até aqui, penso eu, estavam a trabalhar um pouco "sem rede"...

Recordo que a GNR desconhecia que o pai da bebé era referenciado por abusos sexuais... Apenas com base em indícios de negligência era impossível prever que uma tragédia destas fosse acontecer...
Porque situações de negligência, os técnicos das CPCJ (Comissões de Protecção de Crianças e Jovens), infelizmente detectam todos os dias nos meios rurais (e não só).

Entristece-nos também perceber que muitas vezes (quase sempre), os vizinhos e familiares sabem da gravidade das situações mas não denunciam. Depois dos incidentes todo o mundo fala! Depois é mais fácil, pois é... mas é tarde!

Certo e sabido, é que realmente a Lei deve ser alterada urgentemente, e os Técnicos precisam de meios adequados ao desempenho eficaz do seu (ingrato) trabalho!
Mas, mais que uma troca de "culpas" neste momento, assino as palavras de uma querida amiga: "A verdade é que quem está a viver o drama é a menina, que não tem uma família capaz de a proteger, e, na minha opinião, é na situação dela que nos devíamos concentrar."