A propósito dos Anos 80...
Recordo com agrado nostálgico a década da minha adolescência e entrada na juventude! Nasci em 1968, logicamente entrei nos anos 80 com12 e sai com 22!
Toda a minha “agitação” própria dessas idades esteve “entranhada” nessa década prodigiosa!
Recordo o “Verão Azul” e como eu suspirava com o Xavi… :)
Recordo toda a música que ouvia (e oiço), os posters dos Duran Duran colados nos meus armários do Ramalhão, e as “Bravos” em alemão que o meu pai trazia do aeroporto e as minhas colegas devoravam…
Recordo a história fantástica de eu juntar dinheiro a meias com a minha prima, porque iria viajar e combinámos que às escondidas eu me comprometia a comprar no aeroporto (era só onde havia), uma revista “Play-Girl” :) Experiência incrível! É que aquela edição trazia nada mais nada menos que o meu herói da época, Rob Lowe, e "descascado" :)
Recordo o primeiro beijo “à séria”… E tantas outras coisas que dariam para encher este blog e não chegava! :)
Giro é ver as caras das minhas crias quando lhes falo nisto, lhes conto as peripécias, ou lhes mostro fotografias e revistas!
(Eu com 12 anos na Madeira com a Sónia, mana da Sandra... as minhas inseparáveis amigas Costa! Que saudades...)
"Olhando para trás, é difícil acreditar que estejamos vivos...
Nós, que viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag, que não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, portas, ou armários.
Nós, que andávamos de bicicleta sem capacete e viajávamos à boleia.
Nós, que bebíamos água directamente da mangueira e não das garrafas embaladas.
Que gastámos horas a construir carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões.
Nós, que saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém nos podia localizar (não havia telemóveis, pois!).
Nós partimos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados.
Nós, que tínhamos brigas e nos esmurrávamos uns aos outros, aprendemos a superar isto.
Comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos.
Compartilhávamos garrafas de coca-cola e não me lembro nunca de alguém ter morrido por causa disso.
Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais a cabo, filmes em vídeo, surround sound, telemóveis, computadores ou Internet.
Nós, tivemos amigos. Nós saíamos e íamos ter com eles.
Íamos de bicicleta ou a pé até casa deles e batíamos à porta. Imaginem! Sem pedir autorização aos pais, íamos por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel!Sem nenhum responsável!
Como conseguimos fazer isto e sobreviver?
Nos jogos da escola, nem toda a gente fazia parte da equipa.
E os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com isso sem psicológos nem traumas.
Claro que alguns estudantes não eram tão inteligentes ou aplicados quanto outros.
E esses repetiam o ano! Que horror! Mas na altura não se inventavam testes extras.
Éramos responsáveis pelas nossas acções e arcávamos com as consequências.
Não havia "ninguém" que pudesse resolver isso.
Talvez por isso, a nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores.
Talvez por isso, os últimos anos foram uma explosão de inovações e novas ideias.
Tivemos liberdade, fracassos, sucessos e responsabilidades, e aprendemos a lidar com isso.
Parabéns a “Nós”! :)
10 Comments:
Isto é do caraças... está-se-me cá a parecer que, apesar de uns "miseros" 12 anos de diferença, eu também vivi nessa escola.
Brincar até às tantas com os putos da rua, jogar ao mata (ou ao piolho), ao el´stico, à macca e ao pisa no meio da estrada e os carros que parassem, se quisessem. Apanhar e dar grandes molhas e pregar grandes partidas no Carnaval, sem que os papás viessem ralhar porque o menino tal chegou todo sujo a casa, ou com as calças rasgadas nos joelhos porque caíu quando fugia de um balde de 10 litros de água... Curtir as musicas dos roling stones, dos cure, duran duran, dos bon jovi e mais tarde dos guns & roses em alta no leitor de cassetes preto com mais de 15 anos (quais cd's quais quê, um vinil se tivesse sorte e vai lá vai), nas festinhas de garagem onde inevitavelmente, iam aprecendo umas e outras paixonetas.
Essa dos carrinhos de rolamentos é-me particularmente familiar, uma vez que à conta de um, lixei um joelho e parti dois dedos.
Noutras alturas (tantas) me espetei de bicicleta a centenas de metros de casa... E uma vez, tive de regressar sozinha, pelo meu próprio pé, com 3 dedos partidos e uma perna toda esfolada.
Bem... Mas daqui se conclui, que o que não nos mata, torna-nos mais fortes :)
Hoje, acho piada quando o meu primo de 8 anos (que insiste em dirigir-se a mim chamando-me cota - sacana do puto) me vai explicando tudo e mais alguma coisa acerca dos seus jogos da PS (ou lá como aquilo se chama) e muito senhor do seu nariz, me fala do seu novo telemovel e do que quer ter a seguir - de terceira geração, claro... Já para não falar da sua festa de aniversário, em que levou os amiguinhos todos ao shopping para ver um filme e comer qualquer cois no MacDonalds.
E depois,.. Dou comigo pensando: mas afinal, para que quer um puto de 8 anos um telemovel??? ... Ora eu só tive direito a um, depois de ter a carta de condução e os meus pais não aguentarem o suplício de não saberem se eu tinha chegado bem à escola (pois, porque trocos a gaja guardava p'ras máquinas de tabaco, e os credifones - será que ainda existem? - andavam sempre a zeros).
Nem nos tempos que saía de mota à pendura, à noite - Ui, e se tive muitos incidentes (não acidentes) nessas andanças - me pude dar ao luxo de um telele.
Mas a verdade é que, já dizia o outro... Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
E se há 15/20 anos atrás, os putos eram gordos e usavam óculos e tinham os dentes grandes e sabiam lidar com isso... Hoje, todos os miudos usam lentes de contacto, fazem alimentações excessivamente cuidadas (aqui acho muito bem, só acho que não tem que começar tão cedo), usam aparelhos para os dentes, e fazem plásticas às orelhas, para estas serem mais pequenas (ou mais "fechadas), para não serem chamados por Dumbo, lá na escola!... E se mesmo, com todas estas medidas, os problemas persistem, temos uma caso para o psicólogo de serviço, que não só não vai fazer nada, como vai convencer o puto que tem realmente um problema com a "sociedade" que o rodeia :)
E se há 15/20 anos atrás, o simples facto de A, B ou C, ser meu colega de escola, era suficiente para ser merecedor de partilhar um almoço comigo, em minha casa... Hoje em dia, é necessário saber quem é o pai, quem é a mãe, o que fazem, onde moram.... Etc, Etc,Etc.
Não que eu seja assim, até porque não tenho filhos... Mas por aquilo ue vejo, em quem me rodeia diariamente. Hoje, devido a uma maior "agressividade" e também devido à recessão económica crescente, as familias são cada vez mais fechadas, cada vez mais exigentes e cada vez mais protectoras.
E até que ponto é que, com estes procedimentos excecivamente protectores, não estaremos a tornar os "nossos" filhos, em miudos mimados, que dificilmente se tornarão adultos independentes?!?!?!?
Beijos,
Xana :)
PS: o "tamanho" da coisa, está a tornar-se um mau hábito ;)
Txee River...e depois só eu é que tenho "ondas" de nostalgia.Grande post.Bjs.
Sim, parabéns a nós, geração de 68! :-)))
Xanocas... nada a contra-comentar ;)))
Fogareiro, :D de facto é enorme, este post... peço desculpa mas tinha que ser... Por norma sou contra os posts mt grandes nos blogs, pq acho que é maçador pra quem lê... mas neste quase concreto ñ dava para "cortar" nada...
Nostalgia... ñ gosto mt de usar essa palvara, mas de facto às vezes invade-nos não é?... Embora ñ viva presa ao passado, acho que cada época tem a sua magia... mas... mas e mais mas... (há mt "mas :)))
Francis, UAU! De facto boa "colheita" a nossa!!! Bela "casta"! :D
mt beijinhos a todos e tenham um grande fds!
É bem... pois, eu nasci 8 anos antes! Ou seja, vivi a minha adolescência nos anos loucos pós revolução hehehee... e tb sobrevivi.
No Alentejo vivia-se bem, tinhamos imaginação suficiente para preencher os dias com emoção e aventura q.b., Évora sempre foi uma bela cidade.
Em 1980 fiz 20 anos... não colei posters dos duran duran na parede, mas vi os Barclay James Harvest ao vivo no Pavilhão de Cascais, os Rolling Stones em Madrid,... o que para vcs era inalcançável por serem ainda muito novos eu podia fazer porque já tinha 20 anos, lolololl! enfim, tempos extrordinários :))
o nosso VL está bem, obrigada! td a andar. bjitos.
Ai o Rob Lowe...era o homem com quem sonhava casar! Ainda não casei....heheheheheheh! Nunca se sabe! Pois.... ;)
Ai o Xavi do Verão Azul!!
E os Pequenos Vagabundos? também te lembras deles?
Outros dos meus amados eram o Boby do Dallas mas como "o homem da Atlântida", o capitão Kirk e o jogador do FCP, Fernando Gomes. E outro que se chamava Walsh. E mais uma data deles.
Como eu costumo dizer.. com essas idades, todas as "pancadas" são legitimas...
Querida Pandora, da tua geração (que foi profundamente “alucinante”!!!), tenho alguns conhecidos, primos e 1 amigo, não tenho mais porque o “cavalo” levou-os… Foi o boom dessa droga em Portugal (aliás, hoje é completamente “fora de moda” consumir heroína :)).
Mas de facto foi uma geração de “testes”! Que de algum modo admiro…
Évora, continua a ser uma belíssima cidade!!! ;)
Vou ligar ao “nosso” VL, estou a dever-lhe um telefonema… ainda bem que está td ok! :) Força!
Sónia, pois o Rob… mas olha que ele hj em dia está um bocadito “estragado” com a vida que levou após a década de 80… até preso esteve!
Mas claro, continua a ser um homem lindo!!!
Kitezita, “mon amour” :) “Os pequenos vagabundos” tb estão naquele site “Mistério Juvenil” já deste um a espreitadela? O que mais eu lia eram “As Gémeas…”, talvez por tb estar num colégio interno, enfim, identificava-me um pouco com as peripécias e dava-me ideias para partidas! :D Não é à toa que fui suspensa três vezes!!! :)))
O Boby do Dallas, sim tb me agradava… Agora ao Fernando Gomes, mulher???!!! Bom, gostos ñ se discutem… Do futebol, (por acaso tb é do FCP) só mesmo O “meu” Vitinho… o Baía… (bem, mas essa pancada dura até hj!!! Eheheheh!!!)
mt beijinhos pra todas Princesas! ;)
Ena, e tantas saudades de certas coisas dessa juventude. Bjinhes e obrigada por este momento.
Obrigado eu doce Silver... por tanto carinho...!!!
Td o que possa "dar-vos" é pouco! E é um prazer enorme! ;)
bjs, mt
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