
Há muito tempo que não me emocionava tanto a ver um filme! Ao ponto de ir às lágrimas (e não, não estou em TPM…)
Sai há pouco da sala de cinema, ainda com as pernas a tremer e um nó apertado na garganta chamei um táxi, e no percurso até casa, vinha a pensar no que escrever… se é que conseguia escrever! Não é fácil descrever o que sente com um filme que nos transporta para uma história tão forte e arrebatadora! Uma grande história de amor!
Dois cowboys que se conhecem muito jovens e da construção duma grande amizade, num cenário idílico, nasce um amor que dura vinte anos… (algo penosos…). "Brokeback Mountain" mostra o drama de dois homens viris que se apaixonam numa sociedade que não os preparou, nem está preparada, para lidar com esse amor, mas que não deixam de o viver e expressar (entre eles). E ressalvo, sem grandes cenas de sexo explícito ou provocatório, muito pelo contrário...
O melhor mesmo é verem, sem dúvida! É um daqueles filmes que considero “obrigatórios”, e fará certamente parte dos “filmes da minha vida” (aqueles que tenho em casa, e vejo e revejo sempre que me apetece!).
Este filme fez lembrar-me outro (dos que tenho), o também “pesado” e perturbador "Boys Don't Cry", onde Hilary Swank ganhou (e muito bem), o Óscar para Melhor Actriz pela sua brilhante interpretação de uma jovem que luta contra tudo e todos, e principalmente contra si própria, pela tomada de consciência e assumir da sua (homo)sexualidade.
E enquanto via o filme lembrava-me das palavras duma amiga que diz: “Eu não me apaixono por homens ou mulheres, mas sim por Pessoas!”…
Quem priva comigo sabe como encaro estas questões, os amigos que tenho, etc… Logo, este filme não poderia nunca chocar-me pela temática em si, chocou-me sim, ou melhor “mexeu” comigo, pelo sofrimento implícito… Que é arrasador! E lembrei-me das palavras sábias (como sempre) de Miguel Esteves Cardoso:
«Querer o amor sem sofrimento é como querer um pêssego sem caroço: quando muito vai roendo-se devagarinho à volta, e no fim morre-se sempre à fome.»Esta é a história de um amor “impossível”, com toda a dor, amargura e angústia que isso acarreta! E se quando era mais jovem eu “gritava”, aguçando a minha apurada veia de rebelde contestatária, “Não há amores impossíveis, quando ambos querem”!... Hoje já não penso cegamente dessa forma… E sei que o tormento vivido por quem se ama, mas não pode viver esse Amor pode ser atroz…
Não vou obviamente contar aqui a história, mas aconselho-vos a ler esta crítica, que é quanto a mim do melhor que já li sobre o filme, e diz tudo:
"CINEMA2000"Ou,
(cliquem nestas letrinhas), o site oficial, que também vos dá um “cheirinho” da excelente banda sonora!Espero que além de todos os prémios já ganhos, “Brokeback Mountain” arrebate também os Óscares em nomeação!
Acrescento só em tom de “laracha”, que os protagonistas são dois homens muito atraentes, e que de facto a minha filha tinha razão quando a levei a ver “Donnie Darko” e ela ficou “apaixonada” pelo Jake Gyllenhall ! :) Não é para menos!!!E como curiosidade (ou talvez não), sabiam que o filme foi proibido nos Emirados Árabes e na China?!